terça-feira, 6 de abril de 2010

Entrevista para a Megazine (Jornal O Globo)

Acordei na manhã do dia 15/03 com um abacaxi grande, verde, e uma faca cega para descascá-lo: Dani me deu um telefone informando que, no dia seguinte, uma equipe de reportagem do caderno Megazine do jornal O Globo iria ao Mochón para entrevistar os alunos a respeito do incentivo à leitura na escola, mais, Ana Paula pediu que a dinâmica com a peça O Nariz fosse reapresentada para os repórteres. Resumindo: o trabalho que da primeira vez tinha levado mais de uma semana de ensaios e preparação de material para ficar pronto teria de ser realizado em 24 horas. Danielle topou a parada, para meu desespero.
Naquela tarde os alunos vieram até nossa casa para um ensaio-relâmpago e a professora Paula também veio dar uma força no material expositivo. Contra todas as expectativas, tudo ficou pronto e ensaiado naquela mesma segunda-feira.
No dia seguinte, a peça acabou sendo apresentada na parte da tarde, antes da chegada dos repórteres, que na verdade não estavam interessados na peça, mas em saber dos alunos se eles gostavam dos livros adotados na escola. Eu mesmo fui entrevistado e tive a oportunidade de explicar um pouco da nossa metodologia de incentivo à leitura.
A matéria foi publicada na segunda-feira seguinte, com um ar parcial e tendencioso: o objetivo era concluir que as escolas estariam adotando obras obsoletas e datadas, quando deveriam modernizar as indicações de leitura. Apesar da reportagem citar a importância dos clássicos, a maioria do texto bate na tecla de que a leitura das obras consagradas desestimula os alunos. Mesmo havendo alguma verdade nisso, é óbvio que os clássicos não podem ser descartados, por apresentar aos alunos uma realidade que é, ao mesmo tempo, diferente e familiar da sua própria vivência.


Nessa mesma semana, recebemos a visita da subsecretária Teresa Pontual, que gostou muito do projeto de nosso fórum, uma pena que ela não tenha visitado a escola naquela terça-feira, quando poderia ter visto um pouco do que nossos alunos têm a oferecer.
O restante da semana foi dedicado à cura de todo o estresse da agitação de segunda e terça. Dani e eu nos prometemos que nunca mais cometeríamos essa maluquice de topar projetos para o dia seguinte. Nossa saúde não vele isso e não precisamos de tais peripécias para provar nossa competência.



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