quarta-feira, 21 de abril de 2010

O analfabeto digital e a caixa d’água

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Eu tenho certeza de que o leitor conhece pelo menos uma pessoa que se orgulhe de não saber nada de informática. “- Word? Para quê, se minha máquina de escrever funciona tão bem!”, “- E-mail? Prefiro enviar correspondência”, “Pagamento online? Jamais! Melhor enfrentar a fila do banco”. São felizes em sua ignorância digital, iluminando com tochas o caminho de terra batida enquanto outros singram um caudaloso rio de bits em caravelas que viajam à velocidade da luz. Não devo questionar suas escolhas, cada um sabe o que é melhor para si: não adianta obrigar sua avó a procurar receitas na Internet se ela tem todas muito bem anotadas naquele velho caderninho de espiral, já com folhas amareladas. Não duvide: aquelas páginas manchadas certamente estão mais bem redigidas e organizadas do que a maioria dos textos da Wikipédia. Apesar disso, do direito constitucional de não querer saber de informática, novas e admiráveis situações provam o quanto tais pessoas sofrerão, ainda nessa vida, por não entender o mistério por trás dos ícones coloridos e da setinha que corre pela tela.
Numa ordinária manhã de segunda-feira, notei a goteira no quarto vazio da casa. Aquela goteira é minha velha conhecida, sempre que chove ela drena vagarosamente a água que empoça sobre a laje desprotegida e deixa-a cair em gotas ritmadas. Só que não chovia, nem chovera no dia anterior. Montei a escada telescópica e subi, apavorado com a altura, até a laje nua. A enorme caixa d’água de dois mil litros de polietileno azul tinha um pequeno furo, próximo à base, de onde jorrava um pequeno filete de água, incessantemente, como o mijo de um recém-nascido.

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Desci furioso. Aquela banheira custara quase R$ 400,00 em 2007 e não durou nem três anos. Liguei o micro, as mãos tremendo de raiva e frustração. No Google digitei o nome Fortlev e cliquei em Estou com Sorte, só para ironizar. Já no site do fabricante, cliquei no link Fale Conosco e em menos de trinta segundos já tinha em mãos o telefone de contato. Copiei-o e colei no bloco de notas, salvando o arquivo no meu desktop.
- Fortlev, bom dia, em que posso ajudá-lo?
- Bom dia, eu comprei uma caixa d’água dessa marca e... (explica, explica, explica) é isso.
- Tudo bem senhor, para enviarmos um técnico a sua residência, peço que o senhor tire algumas fotos da caixa d’água, pelo menos uma do local de instalação e outra do furo.
- Ok.
- Mande essas fotos por e-mail para o endereço (tal) e deixe seus dados para contato.
- Ok, vou resolver isso agora e ligo para confirmar se você recebeu a mensagem. Bom dia, até mais.
Peguei a câmera digital que sempre fica ao lado do micro, chequei o nível das pilhas e voltei para a laje. Tirei 16 fotos de vários ângulos para mostrar que a caixa d’água estava bem instalada, no momento de fotografar o furo, ativei o recurso macro da câmera para obter o máximo de detalhes. Desci rapidamente, tirei o cartão de memória da câmera e inseri-o no cardreader do micro. Copiei os arquivos para o desktop, selecionei as oito melhores fotos e reduzi o tamanho para 800x600. Anexei-as a uma mensagem de e-mail e enviei para o endereço indicado pela atendente. Esperei uns cinco minutos e liguei para a Fortlev: a mensagem havia chegado e já tinha sido encaminhada ao técnico da minha região. Entre o momento em que achei o furo na caixa d’água e o último contato telefônico que acionou o técnico passaram-se menos de 30 minutos.
O leitor talvez se questione sobre o porquê de se descrever em detalhes passos tão óbvios, mais ainda sobre por que despender tantas linhas para tratar de furos em caixas d’água. O amigo certamente está lendo esta crônica na tela do seu micro, enquanto aperta alt+tab para alternar entre esse texto e as janelas de conversas do MSN, não lhe é estranho nenhum dos passos descritos nos últimos parágrafos. Comemore! Celebre! Agradeça a Deus por ter esse precioso conhecimento, já que muitas pessoas não o têm e desprezam-no – aquelas mencionadas no início do texto, lembra? –, se elas estivessem na minha situação estariam em maus lençois.
O primeiro desafio do sujeito seria descobrir o telefone do fabricante da caixa d’água, já que este não está escrito na dita cuja. Ele tentaria procurá-lo nas telelistas, aqueles enormes livros amarelos que só servem para enfeitar a mesinha de telefone. Depois de perder um tempo enorme, ligaria para 102, onde a atendente o deixaria confuso informando números de várias filias através daquelas gravações de voz. Por último, ligaria para a loja onde comprou a caixa d’água (esse povo guarda nota de tudo, geralmente numa gavetinha do guarda-roupas) e com alguma sorte o gerente simpático lhe passaria o telefone. Então ele ligaria para a Fortlev e explicaria, num tom exacerbado, o problema do furo.
- Peço que o senhor tire fotos da caixa d’água e do furo para...
- Fotos? Como assim, vou ter que comprar um rolo de filme pra isso? Que absurdo!
- Não é preciso! O senhor não tem câmera digital?
- Meu filho tem, mas eu não sei usar aquela droga.
- O senhor pode usar a câmera do celular.
- Meu celular não tira foto, celular é pra falar, minha filha, não é pra tirar retrato.
- Compreendo, senhor, mas precisamos das fotos para acionar o técnico.
- Tá, tá, eu dou um jeito.
- Então o senhor deve enviar as fotos por e-mail para o endereço (tal) e...
- Eu não tenho e-mail. Não sei usar e-mail.
- Tem alguém que possa mandar pelo senhor?
O sujeito começa a ficar vermelho e suar.
- Minha filha, a caixa d’água é MINHA. Quem tem que resolver sou eu! Que absurdo! Eu posso mandar pelo correio?
- Não, senhor, só por e-mail.
Terão se passado 50 minutos antes que o sujeito se conforme e desligue o telefone. Ele se lembra dos velhos tempos em que bastaria ir ao bazar onde comprou a caixa d’água, pagar uma cachaça para o atendente e ter o produto trocado. Mesmo se soubesse usar a câmera digital, tomaria uma surra para passar as fotos para o micro e outra para enviá-las por e-mail, já que a câmera provavelmente estaria configurada na resolução máxima e os arquivos ficariam grandes demais.
Quanto tempo esse autodenominado "feliz ignorante digital" levaria para resolver o seu problema? Certamente mais do que meus 30 minutos.
Todo aquele que se diz bem resolvido nessa ferrenha aversão à informática vive numa utopia em que computadores e gadgets não fazem parte dia-a-dia. Enganam-se constantemente, são levianos, fingindo que é mais prático enfrentar 40 minutos de fila num banco do que pagar a conta online, que é melhor ir às caríssimas lojas de DVD do que fazer uma rápida consulta no Buscapé, que é mais eficiente reunir dezenas de pessoas num lugar e horário determinados do que discutir o assunto num fórum.
Afirmam que é difícil. Que a informática é difícil. Ora, eu sou da época do DOS 6.0 e da digitação no Wordstar 5.0! Aquilo era difícil. Para se tornar um usuário padrão, capaz de ligar o micro, digitar no Word, pesquisar no Google e enviar um e-mail, não há segredos que levem mais de uma ou duas semanas de estudo para serem desvendados. O que há aqui são a velha preguiça e o conformismo: é mais prático maldizer a tecnologia do que sentar o rabo ao micro e praticar. De maneira geral, essas pessoas fazem o mesmo quando o assunto é ter uma alimentação mais saudável ou praticar exercícios físicos. Sempre terão uma boa desculpa.

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Uma coisa, no entanto, é certa: o seu tempo está contado. A aurora digital irrompe sobre o planeta, esconder-se de seu brilho, em breve, não será possível. Está próximo o dia em que a vida ficará realmente muito difícil para aqueles que não se enquadrarem nessa nova ordem digital, quando não será mais possível afirmar ser feliz, pois a maior parte do mundo estará inacessível para eles; nenhuma desculpa justificará viver pela metade. E sem caixa d’água.

sábado, 17 de abril de 2010

Seção para textos originais no CPT

Hoje finalmente foi inaugurada no CPTurbo a subseção Oficina Literária, dentro da seção 8 da qual sou um dos coordenadores. Esse era um dos meus antigos anseios, uma seção dentro do fórum para a postagem de textos originais.
Eu achava que era o único escritor frustrado do fórum, mas depois que outro membro abriu uma sugestão para a criação da seção eu voltei a me animar e me empenhei para que o projeto saísse do forno. Saiu. A seção está criada e aberta aos membros do CPT.
Resta agora saber como será o interesse dos usuários. É claro que não espero um boom, estamos vivendo uma época em que a escrita tem sido cada vez mais depreciada, como todo o restante da arte. Mas quem me conhece sabe que eu tenho fé no ser humano, espeto, de coração, ser surpreendido com boas notícias.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Post para simples conferência.


Semana simplória essa que começou dia 12, nada digno de nota. Terei de bolar um post melhor, uma crônica, um conto sei lá, minha vida foi bem desinteressante nesses últimos 4 dias.
Por incrível que pareça, a maior novidade da semana foi a compra de uma centrífuga para sucos, sonho da Dani há anos. Mesmo sob meus protestos, ela comprou a geringonça. Pasmem, o negócio funciona bem mesmo, e os sucos saem realmente bons, além de não ser tão difícil assim de se lavar. É óbvio que as pessoas que reclamam tem um misto de preguiça e maus hábitos alimentares: "- para que perder tempo fazendo um suco se posso tomar um refrigerante bem açucarado?"
E é isso: aulas e sucos. Esse é o resumo da semana. Ainda agora misturamos uvas com maçãs, ficou uma delícia.

Semana esdrúxula: temporal no Rio

Nenhum fato ocorrido na semana, 05 a 10, sobrepuja a verdadeira tempestade que caiu no Rio de Janeiro. Como de costume, não vou ficar descrevendo aqui os detalhes da tragédia, há informação de sobra na Internet, com todos os detalhes. Fica o registro de como as chuvas afetaram minha rotina.
Na segunda-feira (05), Dani e eu fomos trabalhar normalmente, da escola fomos para a academia. Durante o treino, ouvimos cair o pé-d’água, mas não demos naquele momento a devida importância. Quando percebemos que a chuva NÃO iria parar, deixamos as bicicletas na academia e chamamos um táxi. O que veio a seguir nós não esperávamos.
O taxista já havia alertado na porta da academia que as ruas estavam alagadas. Não levei muita fé, achei que ele estivesse cheio de merda com o carro novo. Quando chegamos na Marechal Marciano, entretanto, vimos os carros voltando na contra-mão: o sujeito não estava exagerando, as ruas estavam verdadeiros rios. Quando chegamos a uma altura da rua em que não podíamos avançar, tentamos pegar a estrada da Água Branca, mas também estava alagada. Tentamos voltar a Padre Miguel e pegar a Porto Nacional, sem sucesso. Por fim, pagamos R$ 15,00 de corrida e ficamos no Prezunic para esperar a água baixar. Fizemos uma pequena compra e voltamos para casa de Kombi. Aqui vale um adendo: é impressionante como o pior e o melhor das pessoas vêm à tona nessas situações, no nosso caso específico, veio o pior. Depois de muito tempo esperando a Kombi no ponto, uma mulher posicionou-se alguns metros mais à frente, na clara intenção de furar a fila para garantir um lugar no próximo carro. Não deu outra: quando a Kombi virou a esquina, ela fez sinal e pulou rapidamente para dentro do carro, sob protestos meus e da Dani. Não tem jeito, favelado é favelado até na enchente.
O restante da semana foi um porre. Não houve aulas na terça e na quarta, mas não pudemos aproveitar fazendo nada, já que a chuva não parava. Além disso, a água infiltrou em várias partes da casa, causando grande aborrecimento. Passei esses dias terminando de instalar programas na máquina do velho, nada mais.
No sábado de manhã fomos fazer o planejamento interdisciplinar do 2º bimestre, que saiu bem rápido dessa vez, até porque não cobramos dos professores a precisão e empenho da primeira tentativa. Infelizmente, com certas pessoas as coisas só ficam viáveis trabalhando no nível da mediocridade.
O domingo foi igualmente parado, passei o dia reinstalando o sistema na minha máquina, migrei para o Windows 7. Estou até agora (literalmente) tentando me acostumar.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Semana Santa? Feriado prolongado!

Nessa semana que começou em 29/03 a maior expectativa era a chegada do feriadão. Todos aqui estávamos precisando de um descanso. A segunda-feira foi semelhante à anterior: alunos falantes demais, desinteressados e sedentos por disciplina. Muito estresse e esporros, péssima maneira de começar uma semana de trabalho. As coisas melhoraram no decorrer dos dias, já que alguns alunos souberam que seriam transferidos por causa da indisciplina e acabaram servindo de exemplo para os outros, que ficaram com um tremendo cagaço de também mudarem de turma. Na quarta à noite tive a agradável surpresa de saber que o Alcides não funcionaria “por ordem do tráfico” (e botem aspas nisso). Sinceramente, não quero saber, importa-me que foi menos um dia naquele supletivo disfarçado.
Aproveitei a folga para atualizar o micro do Velho. Instalei o Windows 7, que demonstrou ser mais rápido e leve que o Vista, o Corel X5, PowerDVD 10 e o pacote do Office 2007, tudo funcionando muito bem. A máquina é realmente muito boa, custou a bagatela de R$ 1150,00, um valor inimaginável para um Duo Core completo há algum tempo atrás.
Hoje, sexta-feira santa, meus sogros vieram e fizemos um belíssimo cação ao molho de brócolis e cenoura. A paz reina, mais uma vez, entre todos. Foi um dia muito agradável, o Marcos deu uma passada aqui para pegar uns documentos e acabou tomando uma cerveja conosco – Antarctica Subzero, uma cópia da Skol Ice e tão boa quanto. Miriam e Rafael também vieram e acabamos por assistir Thirst enquanto o Velho se divertia na sua máquina nova. Dani foi dormir mais cedo e eu estou aqui num esforço tremendo para permanecer acordado e atualizar o blog, que estava parado desde o dia 19 do mês passado.
Missão cumprida, hora de parar: amanhã cedo (sábado, 04) vêm os montadores do armário que a Dani comprou e veio com uma parte trocada (história que esqueci de contar nos posts anteriores). Tenho de estar alerta a partir das 8, horário em que os sujeitos devem chegar. Vou apenas terminar de preparar os backups de mais alguns vídeos e encerrar essa longuíssima atualização do Três por Cento, que era muito necessária já que havia o risco de que registros importantes fossem esquecidos.

Costumeira ralação, menos sangue, mais computador.

A semana de 22 a 26 de março foi marcada pelo intenso trabalho na escola. Com a prova interdisciplinar pronta e com as questões entregues, era imperativo colocar toda a matéria em dia dentro do tempo hábil. Apesar de estar em dia com a matéria, trabalhar dessa forma sempre é tenso, já que qualquer perda de foco pode se transformar num problema grande mais tarde.
A segunda-feira foi o pior dia da semana, já que os alunos vêm com vontade de colocar o papo em dia e é dificílimo prender sua atenção. Dar esporro resolve, mas é desgastante. Na quarta-feira o clima estava melhor, depois do se-situa que dei neles na aula anterior. No Marechal Alcides, nenhuma novidade: é uma escola desestimulante, onde parece que todos vão trabalhar / estudar arrastados. Nada digno de registro.
O dia mais interessante dessa semana foi, sem dúvida, sexta-feira. Eu programei uma espécie de ironman pessoal: eu tinha de ir à academia, doar sangue, ajudar o Velho a comprar peças para montar um micro, fazer a montagem propriamente dita e instalar os programas. Acreditem, amigos, eu consegui. Acordei bem cedo, fui malhar e de lá peguei o S-13 para o Centro, indo direto ao Hemorio para a doação de sangue. Forças ocultas encheram minha carcaça e tive disposição para rodar o Edifício Avenida Central com o Velho e comprar todas as peças do micro, mesmo após a doação. Em casa, montei a máquina que, após todos os testes, funcionou na santa paz. Foi um dia notável, daqueles que nos deixam surpresos com a nossa capacidade e força de vontade.

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Entrevista para a Megazine (Jornal O Globo)

Acordei na manhã do dia 15/03 com um abacaxi grande, verde, e uma faca cega para descascá-lo: Dani me deu um telefone informando que, no dia seguinte, uma equipe de reportagem do caderno Megazine do jornal O Globo iria ao Mochón para entrevistar os alunos a respeito do incentivo à leitura na escola, mais, Ana Paula pediu que a dinâmica com a peça O Nariz fosse reapresentada para os repórteres. Resumindo: o trabalho que da primeira vez tinha levado mais de uma semana de ensaios e preparação de material para ficar pronto teria de ser realizado em 24 horas. Danielle topou a parada, para meu desespero.
Naquela tarde os alunos vieram até nossa casa para um ensaio-relâmpago e a professora Paula também veio dar uma força no material expositivo. Contra todas as expectativas, tudo ficou pronto e ensaiado naquela mesma segunda-feira.
No dia seguinte, a peça acabou sendo apresentada na parte da tarde, antes da chegada dos repórteres, que na verdade não estavam interessados na peça, mas em saber dos alunos se eles gostavam dos livros adotados na escola. Eu mesmo fui entrevistado e tive a oportunidade de explicar um pouco da nossa metodologia de incentivo à leitura.
A matéria foi publicada na segunda-feira seguinte, com um ar parcial e tendencioso: o objetivo era concluir que as escolas estariam adotando obras obsoletas e datadas, quando deveriam modernizar as indicações de leitura. Apesar da reportagem citar a importância dos clássicos, a maioria do texto bate na tecla de que a leitura das obras consagradas desestimula os alunos. Mesmo havendo alguma verdade nisso, é óbvio que os clássicos não podem ser descartados, por apresentar aos alunos uma realidade que é, ao mesmo tempo, diferente e familiar da sua própria vivência.


Nessa mesma semana, recebemos a visita da subsecretária Teresa Pontual, que gostou muito do projeto de nosso fórum, uma pena que ela não tenha visitado a escola naquela terça-feira, quando poderia ter visto um pouco do que nossos alunos têm a oferecer.
O restante da semana foi dedicado à cura de todo o estresse da agitação de segunda e terça. Dani e eu nos prometemos que nunca mais cometeríamos essa maluquice de topar projetos para o dia seguinte. Nossa saúde não vele isso e não precisamos de tais peripécias para provar nossa competência.



Blog pra frente!

Manter o blog atualizado tem sido um desafio. Devo conhecer dezenas de pessoas que começaram um blog apenas para abandoná-lo algum tempo depois por falta de tempo ou interesse. Não os critiquemos: a verdade é que a rotina urbana moderna consome todo nosso tempo – trabalho, contas, manutenção da casa, academia, compras –, ficando o diário virtual na última posição da lista de prioridades.
Não vou, porém, esmorecer. Uma das muitas coisas que aprendi com a prática de exercício físico em academias é que é muito fácil cair numa certa armadilha: depois de um longo tempo de ausência perde-se o ânimo de voltar a treinar e recuperar o tempo perdido, já que é frustrante ter de reduzir as cargas para retomar o ritmo, então o sujeito acaba por abandonar a academia. Esse é um dos muitos pensamentos que classifico como coisa de pobre: - Ah, agora que eu parei duas semanas vou deixar para começar mês que vem (e no mês seguinte nada será recomeçado).
Eu, porém, gato escaldado, que já havia deixado de treinar por essa falta de ânimo, nunca mais voltei cometer tal erro: posso ficar quatro dias da semana ausente da academia por algum motivo de força maior, mas não deixarei de ir na sexta-feira, fazendo o possível para manter a disciplina nas semanas seguintes. O mesmo vale aqui para o Três por Cento: é claro que desanima passar três semanas de pauleira, sem conseguir sentar ao micro para fazer nada que não seja trabalho, realmente eu olho para o blog e dá aquela preguiça de forçar o cérebro para tentar lembrar o que foi relevante nas semanas anteriores. No fim, entretanto, importa aquilo que eu recordar, já que se eu me esqueci de algum detalhe isso significa que não era importante.
Corroboro meu compromisso de manter o Três por Cento atualizado, talvez não com a frequência que eu desejo, mas sempre com boa vontade e a certeza de que o projeto jamais será abandonado.