terça-feira, 31 de agosto de 2010

Post solitário de agosto

Pela primeira vez, desde que iniciei o blog, haverá apenas uma única postagem no mês e, ainda assim, no último dia. Não me sinto triste por isso dada a situação extraordinária deste mês de agosto. Além do mais, não senti absolutamente vontade alguma de escrever: escrita por escrita não vale nada.

Foram trinta dias difíceis, sobre os quais devo escrever em partes, iniciando da difícil decisão de parar meu trabalho na escola e entrar de licença, até a morte de meu pai, ocorrida no dia 26, quinta-feira passada. Esse fato é mais do que uma notícia lúgubre e trágica para minha família, trata-se do fim de um ciclo que me traz uma grande diversidade de lembranças, a maioria melancólicas, que vão desde o meu primeiro sinal de consciência até a maturidade.

Confesso que ainda agora estou desanimado de engajar-me na escrita. Tenho me sentido cansado e desanimado o tempo todo; como já repeti para várias pessoas, eu não esperava que essa história tivesse esse desfecho. Sombras do metodismo que herdei do velho: eu e ele sempre tivemos grande dificuldade de encarar situações que fugissem ao nosso controle, que não pudesse ser medidas e racionalizadas. A morte é o terror do metódico, não por sua essência mórbida, mas por não poder ser controlada ou revertida.