terça-feira, 8 de setembro de 2009

Chega! Em greve!

Resisti um pouco à idéia de iniciar o mês de setembro com um post mal-humorado e melancólico, já que foi assim que fechei o mês de agosto. Passei esses últimos dias tentando bolar uma crônica ou fazer a resenha de um filme. No entanto, tenho o compromisso pessoal de registrar neste blog, como prioridade, o sentimento exato de cada época em que um post é escrito. Sendo assim, segue mais um post mal-humorado e melancólico.
O motivo é o mesmo do post anterior: a sacanagem que está sendo feita com os professores da rede pública estadual do Rio de Janeiro. Acho que somente nesta semana minha ficha caiu e entendi que, de acordo com os planos do governo, Danielle e eu ficaremos sem receber aumento por três anos. Explico:
O salário-base de um professor estadual é uma merreca de R$607,26. A essa mixaria somam-se de R$96,00 a R$435,00 do abono Nova-Escola, pago aos professores mais antigos que ingressaram no Estado até 2005. O valor desse abono era definido de acordo com o desempenho da escola, gerando a esdrúxula situação de um professor ganhar mais (ou menos) do que o outro. A performance da escola era medida através de critérios obscuros que, à época, levantaram suspeitas de fraude e favorecimento de determinadas unidades escolares.
Pois bem, Danielle e eu recebemos o suntuoso valor de R$213,25. O que o Estado pretende fazer é incorporar o valor máximo do Nova-Escola (R$ 435,00) ao salário-base dos professores, acarretando em um aumento real. Seria muito bom se não fosse por um detalhe: essa incorporação será feita no decorrer de SEIS ANOS, em doses homeopáticas. Isso significa que quem já recebe o valor máximo vai ter de esperar pelo menos seis anos para ver o salário líquido aumentar de verdade. Em nosso caso, somente a partir de 2012 veremos um reajuste real, quando nosso salário vai ficar efetivamente maior, de R$ 820,21 (base de R$607,26 mais R$213,25 do Nova-Escola) para R$846,77. Em suma: teremos de esperar apenas três anos para ter um substancioso aumento de R$26,56.
Por essas e outras – não devemos nos esquecer da anulação das GLPs e dos alunos que ainda estão sem aula –, hoje estou em greve. Não é hábito meu aderir às paralisações, pois sempre penso na situação dos alunos; hoje, porém, é A MINHA SITUAÇÃO que está insustentável, de modo que a partir de agora irei aderir a todas as paralisações, como forma de deixar clara minha insatisfação com essa vergonha que está a Educação aqui no Rio.
Segundo o site do SEPE-RJ, hoje será votado na Alerj o Projeto de Lei 2474, que é essencialmente a confirmação dos absurdos supracitados. Se eu tiver estômago postarei ainda hoje o resultado da votação aqui no blog. Cruzemos os dedos para que esse disparate não seja aprovado, ainda que essa seja uma esperança tênue, visto que nada neste Estado é votado a favor dos servidores.



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